Remédio não tem eficácia contra a Covid, mas foi defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como parte do ‘tratamento precoce’. ‘Remédio para curar cavalo, curar vaca’, disse o relator da CPI.
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), informou no início da sessão desta quinta-feira (26) que vai incluir o empresário José Alves na lista de investigados. Alves é dono da Vitamedic, empresa que fabrica a ivermectina.
A ivermectina, um antiparasitário, comprovadamente não tem eficácia para combater a Covid. Mas fez parte do chamado “tratamento precoce” defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que incluía também outros medicamentos ineficazes para a doença.
Ao anunciar o novo investigado, Renan classificou o “tratamento precoce” como um “tratamento medieval”.
“Hoje nós acrescentaremos outros nomes [à lista de investigados]. Um dos nomes que vamos acrescentar é o do empresário José Alves, que tem a ver com o tratamento precoce, com esse tratamento medieval que o governo utilizava como política pública através dessas pessoas. Esse empresário foi o maior produtor de ivermectina, um remédio para curar cavalo, curar vaca”, disse Renan.
Um representante de Vitamedic, Jailton Batista, já prestou depoimento à CPI. Na ocasião, há duas semanas, ele confirmou que a farmacêutica obteve lucros expressivos durante a pandemia de Covid com a venda de ivermectina.
Ele ainda admitiu que a farmacêutica financiou, a um valor de R$ 717 mil, o anúncio de uma campanha publicitária que defendia tratamentos ineficazes para a Covid. O manifesto exaltava, entre outros medicamentos, o uso da ivermectina. O próprio Jailton disse que a Vitamedic jamais fez estudos para atestar se há ou não eficácia do remédio.
FONTE : G1