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CARTA ABERTA PARA O EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO BARROSO

Enfermeiros carregam nas mãos a responsabilidade de cuidar de pacientes desde o momento em que seguram um recém-nascido até aquele em que fecham os olhos de alguém que se vai. Eles testemunham a importância da enfermagem para a saúde pública brasileira, especialmente durante a pandemia. Estudam, se especializam e se atualizam constantemente, mas será que a sociedade compreende o que realmente enfrentam?

Deixe-nos contar uma história. Há muito tempo, uma jovem sonhadora ingressou na universidade. Ela estudou incansavelmente, se especializou e continuou a aprender. Até que um dia, ela conseguiu um emprego na área, apenas para descobrir que, apesar de todo o seu esforço, teria que trabalhar em plantões exaustivos de 12 horas por dia, ganhando apenas um salário miserável.

Essa jovem, como muitos outros profissionais, é forçada a trabalhar em dois empregos apenas para sobreviver. Essa rotina desgasta e prejudica a capacidade dos profissionais de enfermagem de cuidar da sociedade. Afinal, como podem cuidar dos outros se não cuidam deles? Em alguns casos, essa dupla jornada de trabalho força os enfermeiros a fazerem plantões que chegam a bater as 24h ou 36h. Muitas vezes, eles chegam em casa cansados e ainda têm que assumir um terceiro ou quarto turno com as tarefas domésticas.

É por isso que escrevemos esta carta, implorando que você leve a sério nossa luta pelo piso salarial. Essa batalha se estende por décadas e, nos últimos anos, ganhou força com a aprovação de diversos projetos de lei, como a PEC, o PL, o PLN e outros. Os projetos que tratam do piso seguiram todo o processo legislativo e foram aprovados pela Câmara, Senado e pela Presidência da República, tanto no último mandato quanto neste.

Os políticos nos ouviram porque sabem que somos milhões e que nossos votos importam. Mas, Ministro, sabemos que, do alto do seu pedestal, com seu salário de dezenas de milhares de reais, pode ser difícil se colocar em nosso lugar. Ainda assim, pedimos que faça um esforço e ouça a democracia.

Ouça o que as casas legislativas discutiram e aprovaram. Ouça a sanção do presidente anterior e a assinatura do presidente atual no projeto de lei que destina R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso. Não estamos pedindo muito: R$ 2.375 para auxiliares, R$ 3.325 para técnicos e R$ 4.750 para enfermeiros, de acordo com as leis aprovadas democraticamente e suspensas monocraticamente por vossa senhoria.

Pedimos que entenda nossa situação e nos ajude a alcançar um futuro mais digno e justo. Juntos, podemos fazer a diferença na vida de milhões de profissionais de enfermagem e, por consequência, na saúde pública brasileira. Afinal, somos nós que carregamos nas costas a responsabilidade da saúde da nossa sociedade.

Fazemos um chamado à sociedade para se unir a nós nesta causa, assinando a carta e contribuindo com a liberação do piso salarial dos profissionais de enfermagem. A valorização desses profissionais é fundamental para garantir a qualidade dos cuidados prestados e a manutenção da saúde pública. É um investimento em nosso bem-estar coletivo e um reconhecimento do esforço e dedicação desses profissionais que trabalham incansavelmente em prol da saúde de todos.

Portanto, pedimos a todos que se sensibilizem com a situação da enfermagem no Brasil e assinem esta carta. Compartilhem esta carta, conversem com seus amigos, familiares e colegas de trabalho sobre a importância desta causa. Juntos, podemos fazer com que a voz da enfermagem seja ouvida e, assim, garantir que esses profissionais sejam tratados com o respeito e a dignidade que merecem.

Atenciosamente,

Profissionais de Enfermagem cansados, mas resilientes.

Por Jornal da Enfermagem.


Acesse o link a seguir e assine nossa carta aberta no site do Change.org: https://chng.it/VQZRGDnhvP

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