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Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS): Um Desafio Global para a Segurança do Paciente

Por Editoria de Saúde Jornal da Enfermagem

Há décadas, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) têm sido uma preocupação constante para profissionais da saúde e autoridades sanitárias em todo o mundo. Esses eventos adversos, sérios e frequentes, associados à assistência à saúde, têm impacto significativo não apenas na saúde do paciente, mas também nos recursos financeiros envolvidos.

Embora as evidências do ônus econômico das IRAS sejam limitadas, principalmente em países em desenvolvimento, dados dos Estados Unidos da América (EUA) e Europa sugerem custos anuais na casa dos bilhões. Um estudo realizado no Brasil revelou que os custos diários para pacientes com IRAS são 55% superiores aos de pacientes sem essas infecções, ressaltando a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção e controle.

Na última década, diversas medidas globais foram implementadas para enfrentar esse desafio, reconhecendo que as IRAS não apenas comprometem a segurança do paciente, mas também a qualidade dos serviços de saúde. Aumentam morbidade, mortalidade e os custos hospitalares, prolongando o tempo de internação e a necessidade de intervenções adicionais.

Dados epidemiológicos alarmantes indicam um aumento expressivo nas infecções hospitalares causadas por germes multirresistentes, especialmente por enterobactérias produtoras de carbapenemases, como a temida Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), que apresenta opções de tratamento restritas e altas taxas de mortalidade.

Diante da resistência aos antimicrobianos e da rápida disseminação, a KPC emerge como um patógeno hospitalar crucial, exigindo detecção laboratorial ágil e rigorosas medidas de prevenção e controle. O Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (PNPCIRAS) destaca a importância dessas práticas.

A prevenção das IRAS não deve se limitar ao ambiente hospitalar; deve ser adotada em todos os serviços de saúde, incluindo atenção primária e domiciliar. O aumento expressivo das infecções por germes multirresistentes ao longo das décadas exige uma abordagem abrangente.

Estudos destacam a responsabilidade da equipe multiprofissional na implementação de medidas preventivas, incluindo a redução das cargas microbianas nos ambientes assistenciais e na pele dos pacientes. Medidas educativas contínuas são fundamentais para combater a disseminação desses microrganismo.

Recentes publicações enfatizam a necessidade de revisão das metodologias de trabalho, especialmente no que diz respeito aos procedimentos básicos da equipe de enfermagem. O uso de bacias em aço inoxidável, mesmo após limpeza rigorosa, revela-se como um potencial reservatório de patógenos hospitalares, colocando em risco a segurança de pacientes e profissionais de enfermagem.

À medida que enfrentamos este desafio global de saúde, é imperativo adotar uma abordagem abrangente e colaborativa para prevenir e controlar as IRAS. A revisão constante das práticas e a implementação de medidas eficazes são cruciais para garantir a segurança do paciente e a eficácia dos serviços de saúde.

O Jornal da Enfermagem expressa sua profunda preocupação diante da gravidade das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), reconhecendo o impacto substancial desses eventos adversos na segurança do paciente e na qualidade dos serviços de saúde. Comprometidos com a disseminação de informações relevantes e a promoção de práticas eficazes, a Editoria de Saúde do JE reitera seu compromisso de manter-se vigilante em relação a esse tema crucial. Continuaremos acompanhando de perto os desenvolvimentos, colaborando na conscientização e atualizando nossos leitores com as últimas notícias e avanços na prevenção e controle das IRAS. Em conjunto com profissionais de saúde, autoridades e a sociedade, buscamos contribuir para a construção de um ambiente de assistência mais seguro e eficaz.

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