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OMS pede que países doem vacinas para Covax antes de imunizar crianças

No momento, apenas 0,3% de todas as doses vão para nações de baixa renda; chefe da agência falou de progressos na distribuição e produção de imunizantes; braço regional da OMS está intensificando doações e cooperação técnica à América Latina e ao Caribe.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, pediu aos países desenvolvidos para doar vacinas contra a Covid-19 na iniciativa Covax, liderada pela ONU, antes de começarem a inocular crianças e adolescentes.

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse compreender a decisão de alguns países, mas pediu apoiem as nações menos desenvolvidas que precisam dos imunizantes.

Vacinas

Em países de rendas baixa e média-baixa, o suprimento de vacina é insuficiente para os profissionais de saúde. No momento, apenas 0,3% de todas as doses vão para nações de baixa renda.

Unicef/Chiara Frisone. A iniciativa Covax já chegou a mais de 100 países. Nesta imagem, doses de vacina chegam a Bukavu, na República Democrática do Congo

Tedros afirma que “a vacinação lenta não é uma estratégia eficaz para combater um vírus respiratório mortal.”

Ele alertou para os perigos do nacionalismo de vacinas, dizendo que o mundo testemunha uma “catástrofe moral”, com “um punhado de países ricos, que compraram a maior parte do suprimento de seringas, vacinando grupos de menor risco.”

Tedros lembrou uma série de novos anúncios de países sobre o compartilhamento de vacinas com a Covax. Depois, foram anunciados dois novos acordos de transferência de tecnologia e conhecimento entre fabricantes internacionais para aumentar a produção.

Por fim, líderes globais, incluindo mais recentemente o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, pediram a remoção rápida que todas as barreiras comerciais.

Índia

A situação na Índia continua sendo extremamente preocupante, com grande número de casos em vários estados, hospitalizações e mortes. A OMS enviou milhares de concentradores de oxigênio, tendas para hospital de campanha, máscaras e outros suprimentos médicos.

Nepal, Sri Lanka, Vietnã, Camboja, Tailândia e Egito também estão enfrentando picos de casos e hospitalizações.

Alguns países nas Américas, que teve 40% de todas as mortes globais na semana passada, ainda têm um alto número de casos.

Tedros afirmou que a Covid-19 já causou mais de 3,3 milhões de mortos e o mundo está “a caminho para que o segundo ano da pandemia seja muito mais letal que o primeiro.”

Esforços

Também esta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, anunciou que está intensificando as doações e a cooperação técnica com os países da América Latina e do Caribe.

A diretora-geral da agência, Carissa F. Etienne, disse que “o aumento nas hospitalizações na região está desencadeando um desafio sem precedentes nos suprimentos de oxigênio.”

Unicef//Amarjeet Singh. OMS afirma que os níveis da Covid-19 permanecem altos em território indiano

A Opas apoia os países a aumentar a produção de oxigênio e a doar suprimentos essenciais, incluindo 7 mil oxímetros de pulso e quase 2 mil compressores de oxigênio.

Capacidade

O braço regional da OMS também ajudou a implantar 26 equipes médicas de emergência em 23 países. Etienne informou que, além disso, “cerca de 400 equipes médicas de emergência e locais de atenção médica alternativos foram estabelecidas, ajudando os países a expandir a capacidade com 14 mil novos leitos hospitalares e mais 1,5 mil leitos de terapia intensiva.”

Considerando a propagação da doença, a Opas espera que mais 20 mil médicos e mais de 30 mil enfermeiras e enfermeiros sejam necessários para responder às demandas de UTI em metade dos países da América Latina e do Caribe.

 

Fonte: UN

https://news.un.org/pt/story/2021/05/1750722

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