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Dia Contra Obesidade Infantil: como identificar causas e riscos

Neste dia 3 de junho será o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Infantil, um problema que afeta 124 milhões de crianças em todo mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estudos mostram que a necessidade de isolamento social para tentar conter a contaminação pelo novo coronavírus tem aumentando a obesidade na população jovem. Pesquisadores do Hospital das Clínicas de São Paulo acompanharam 66 crianças, em 2020, e constataram que 47 delas haviam ganhado, em média, 5 quilos durante a pandemia da Covid-19.

Em Manaus, mesmo antes da crise sanitária, os números já eram preocupantes. Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, em 2018, a capital estava com 23,8% da sua população obesa. Já dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) apontam que, só na região Norte, 25,65% das crianças entre 5 e 9 anos estão com sobrepeso.

“O isolamento social leva ao uso, cada vez maior, de computadores, videogames, celulares, entre outros eletrônicos que servem de distração, mas contribuem para o sedentarismo e baixa queima calórica. É fundamental que os pais incentivem hábitos saudáveis nos filhos, como adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas, sem deixar de lado a segurança”, analisa a endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora do Sabin Medicina Diagnóstica.

Identificar é fundamental

De acordo com a médica, identificar a condição de obesidade na criança é o primeiro passo para ajudá-la. Para isso é necessário marcar uma consulta com um especialista para realizar o teste clínico que mede o Índice de Massa Corpórea (IMC). Resultados iguais ou acima de 30 kg/m2 são considerados obesidade.

A partir daí o médico indicará testes laboratoriais para descobrir a origem do problema. “Há pacientes que ganham peso por questões hormonais, metabólicas ou predisposição genética. Nem sempre a obesidade tem relação com alto consumo de alimentos ou sedentarismo. No entanto, é preciso fazer exames mais específicos, como THS e T4 livre (hormônios da tireoide), para saber se o paciente não tem hipotireoidismo, condição que também causa obesidade. Ou seja, o diagnóstico da comorbidade é clínico, mas suas causas precisam ser rastreadas”, esclarece a endócrino.

Risco de doenças associadas à obesidade

A obesidade pode vir acompanhada de outros problemas de saúde. A doutora Larissa alerta para a necessidade de estudar o histórico familiar do paciente. “Em alguns casos, a comorbidade traz junto doenças como pressão alta ou diabetes. Essas condições só são confirmadas através de exames e envolvem também históricos familiares”, reforça a endocrinologista do Sabin.

O aumento de peso pode causar ainda a puberdade precoce. Estudos apontam que o sobrepeso pode ser motivo de alterações hormonais e antecipar o aparecimento de caracteres sexuais, especialmente, nas meninas. Entre eles estão os pelos pubianos (pubarca), brotos mamários (telarca) ou a primeira menstruação (menarca).

“Em laboratório, utilizamos dosagens de hormônios do eixo gonadotrófico (FSH e LH), estradiol e testosterona. Com esses exames, é possível saber se a obesidade está afetando a puberdade”, explica a médica.

 

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