Técnica de enfermagem Elizabeth Monteiro de Oliveira ajuda também a levantar a autoestima de pacientes que se recuperam de Covid-19 no Hospital Paulo de Tarso, em BH. Ela corta seus cabelos, faz barba, pinta unhas e até passa creme hidratante nos doentes
Eles são heróis que se emocionam a cada vida salva, que sofrem diante de todo paciente que não resiste à luta contra a Covid-19, apesar dos seus esforços ilimitados para socorrê-los.
A legião de super-heróis que atua nas linhas de frente, salvando milhões de vidas nesta pandemia, inclui profissionais como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, médicos, cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos em saúde bucal, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos, pessoal da limpeza, de lavanderia, de serviços de copa, de cozinha.
Para dar uma ideia da enormidade deste contingente de dedicação, a quantidade de profissionais de enfermagem no país chega a 2.449.520. Desse total, revela a vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no Estado, Maria do Socorro Pacheco Pena, 604.281 são enfermeiros, 1.414.835 são técnicos em enfermagem e há 430.097 auxiliares.
Em Minas, o Coren registra 54.147 enfermeiros, 129.380 técnicos e 19.712 auxiliares. Esses profissionais representam, na concepção de Maria do Socorro Pena, uma média de 70% da mão de obra em uma unidade de saúde.
Médicos
Do total de 561.135 médicos em atividade no país, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), 10% (56.011) são registrados no Estado.
Com 853 municípios, Minas tem 20.300 desses médicos trabalhando na capital, 34.366 no interior, 1.287 em outros estados e 58 que não atualizaram suas informações junto ao CFM.
“Mais do que nunca, fica bem claro que cuidar da saúde é um trabalho de equipe. Se não fossem essas trabalhadoras e trabalhadores da saúde, a tragédia no país seria muito maior. É uma atuação que me emociona muito, me enche de orgulho”, diz o infectologista Unaí Tupinambás, do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte.
E mais
Para assumir a linha de frente contra a Covid-19 nos hospitais e outras instituições de saúde é preciso um sentimento especial: amor. E é exatamente isso o que demonstra a técnica de enfermagem Elizabeth Monteiro de Oliveira.
No Hospital Paulo de Tarso, onde ela está a postos para ajudar na recuperação das sequelas que acometem pacientes de Covid, “Beth”, como é carinhosamente chamada, extrapola suas funções, oferecendo doses incalculáveis de afeto.
Além das atribuições afeitas a uma técnica de enfermagem, de ajudar a cuidar da saúde, “Beth” corta cabelo, faz barbas e unhas dos pacientes, dando verdadeiras injeções de ânimo nesses aspirantes à vida.
“Me sinto realizada por poder ajudar essas pessoas. Ando com uma sacolinha que tem creme, esmalte, máquina de cortar cabelo, shampoo, pasta de dente. Penteio, faço maria-chiquinha, trancinha nos cabelos”, conta ela.
Casada, mãe de três filhos – sendo duas suas colegas de profissão –, “Beth”, assim como outros profissionais que nos salvam nesta pandemia, tem medo, mesmo depois de receber duas doses da vacina contra a Covid-19, e conta que mantém cuidados rígidos para se prevenir do contágio.
“Tem gente que acha que a pandemia não existe, que só existe na televisão, mas é real. É preciso se cuidar, usar máscara, manter o distanciamento. É muito triste ver tanta gente sofrendo assim, no pós-Covid, como vemos no hospital”.
Fonte: Hoje em Dia