Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores descartam a possibilidade de que as vacinas contra a Covid-19 atuariam como um forma de tratamento potencial para a Covid longa.
A vacinação contra o coronavírus em pessoas previamente infectadas pode estar associada a uma redução nos sintomas provocados pela chamada Covid longa, revelou um estudo publicado na revista especializada British Medical Journal (BMJ) nesta quarta (18).
O estudo observacional -que não mostra relação de causa e efeito- analisou uma amostra aleatória da população britânica (mais de 28 mil indivíduos entre 18 e 69 anos) que foram vacinados com imunizantes da Pfizer, AstraZeneca e Moderna após testarem positivo.
Desse número, cerca de 6 mil indivíduos (23,7%) relataram sintomas como dificuldade para respirar, fadiga, dores de cabeça depois de 12 semanas da infecção por pelo menos uma vez durante o acompanhamento da pesquisa.
Depois de ajustar os dados para uma série de variáveis relacionadas com a probabilidade da ocorrência da Covid longa, como idade, sexo, região do país, estado de saúde, entre outras covariantes, os pesquisadores descobriram que uma primeira dose de vacina foi associada a uma diminuição inicial de 13% nas chances da forma longa da doença, mas não conseguiram concluir se essa melhora foi sustentada nas 12 semanas seguintes, até que uma segunda dose de vacina fosse administrada.
Já receber uma segunda dose de vacina mostrou uma diminuição adicional de 9% nas chances de Covid longa, e essa melhora foi mantida por pelo menos um acompanhamento médio de nove semanas.
“Nossos resultados sugerem que a vacinação de pessoas previamente infectadas pode estar associada a uma redução da carga de Covid longa na saúde da população, pelo menos nos primeiros meses após a vacinação”, disseram os pesquisadores.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores descartam a possibilidade de que as vacinas contra a Covid-19 atuariam como um forma de tratamento potencial para a Covid longa e argumentam que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto para “entender os mecanismos biológicos que sustentam quaisquer melhorias nos sintomas após a vacinação”.
“Infelizmente, muitas incógnitas permanecem sobre o prognóstico a longo prazo da Covid longa, incluindo o efeito de doses de reforço ou Covid-19 recorrente”, concluem.
Fonte: G1