Testes serão feitos em escolas públicas e locais de grande aglomeração, como a estação de trem Central do Brasil, na cidade do Rio
A partir de setembro, pesquisadores da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro vão começar a analisar a quantidade de vírus da Covid-19 dispersos no ar. Os testes devem começar a ser feitos nas escolas da rede pública do Rio de Janeiro.
Desde o ano passado, pesquisadores do Instituto de Biologia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro vem desenvolvendo um equipamento capaz de capturar e medir a carga de coronavírus em diversos ambientes a partir de aerossóis presentes na atmosfera.
A ideia é fornecer informações mais precisas sobre a concentração do coronavírus em ambientes e a capacidade de contágio. Segundo os pesquisadores, a maioria dos estudos sobre risco de contágio está baseada em modelos teóricos e foi feita em hospitais. A pesquisa em andamento quer verificar na prática, com testes em escolas públicas e locais de grande aglomeração, como a estação de trem Central do Brasil.
O coordenador do estudo, Heitor Evangelista, afirma que comparado aos convencionais, o novo equipamento, que está em fase de ajustes, melhorou a eficiência para a coleta e preservação do coronavírus, que tem grande sensibilidade à degradação ambiental.
A equipe já identificou uma grande diferença entre a quantidade de vírus em ambientes fechados e abertos. Enquanto ao ar livre o equipamento fica praticamente sem vírus, em determinados locais fechados com aglomerações, luz ambiente de baixa intensidade e ar-condicionado, a coleta pode ser expressiva.
Os pesquisadores acreditam que os testes devem confirmar a baixa probabilidade de contágio nas atividades ao ar livre e com distanciamento entre pessoas.
O aparelho batizado de Coronatrack é um dispositivo individual portátil, de baixo custo. Ele foi criado pelas equipes do Laboratório de Radioecologia e Mudanças Globais (Laramg), do Departamento de Biofísica e Biometria da Uerj.
De acordo com a Uerj, o protótipo custou R$ 200, enquanto um modelo similar importado sai a R$ 4 mil.
De acordo com o coordenador da pesquisa, o sistema é parecido com o utilizado em mineração, para monitorar partículas de poeira no ar.
“A gente fez umas modificações nesse equipamento para ser mais eficiente para o vírus. O vírus está ligado às partículas no ar, ele não fica livre, ele se agrega às partículas que já estavam no ar e você inala tudo junto.” explica, o professor Heitor Evangelista.
FONTE: CNN BRASIL