Notícias

Serrana e Israel estudam parceria para produzir conhecimento sobre vacinação em massa contra a Covid-19

Acordo motivado por experiência em comum foi discutido durante reunião na terça-feira (6) no Consulado Geral em São Paulo. Cooperação pode se estender para áreas como inovação e gestão de água, diz cônsul Alon Lavi.

Representantes de Serrana, município de 45,6 mil habitantes do interior de São Paulo, e de Israel estudam uma parceria para produzir conhecimento em torno da vacinação em massa contra a Covid-19.

Motivado pela experiência em comum na obtenção proporcional de altas taxas de imunização, o acordo de cooperação técnica, que pode se expandir para outras áreas, foi discutido em uma primeira reunião realizada entre o prefeito Léo Capitelli (MDB) e Alon Lavi, cônsul-geral do país do Oriente Médio em São Paulo, na terça-feira (6).

Serrana, SP, participa de estudo inédito do Instituto Butantan sobre a CoronaVac — Foto: Instituto Butantan/Divulgação

Escolhida pelo Instituto Butantan para um estudo inédito sobre a eficácia da CoronaVac, o Projeto S (entenda mais ao longo desta reportagem), a cidade do interior paulista já imunizou 18,5 mil pessoas com duas doses contra o novo coronavírus, o equivalente a 66% dos voluntários da pesquisa, que deve chegar a cerca de 28 mil habitantes.

Os resultados devem ser divulgados pelo centro de pesquisas em maio, mas as autoridades de saúde locais confirmam que já registram queda nos casos graves e na procura por atendimento.

Com 56,28% da população vacinada com as duas doses até 6 de abril, Israel é o país do mundo que proporcionalmente mais imunizou sua população, segundo o projeto ‘Our World in Data’, ligado à Universidade de Oxford. Condição que levou à queda de 85% nas mortes diárias do novo coronavírus e de 72% nos casos graves, e que já permite à nação a retomada gradual das atividades econômicas e sociais.

O tipo de publicação, as informações a serem analisadas e a possibilidade de acordos de cooperação científica ainda estão em discussão. “É preparar números de como está sendo em Israel e aqui em Serrana também. São duas situações de vacinação adiantada. Podemos levar alguns resultados”, afirma o prefeito de Serrana.

O cônsul-geral disse que planeja visitar a região de Ribeirão Preto (SP) nas próximas semanas para dar sequência ao planejamento da parceria.

“É uma primeira etapa para uma relação que nós achamos que pode aproveitar o município de Serrana e a região em geral, e também o Estado de Israel. O plano agora é analisar toda a informação que foi discutida e avançar com isso”, diz. 

Cooperação técnica

Segundo ele, a cooperação técnica entre Serrana e Israel também pode se estender para outras áreas como inovação e agricultura.

“Nosso papel é aprender e analisar necessidades e depois analisar como podemos influenciar e avançar em soluções. Essa região é bem avançada na área de agricultura e muitas outras áreas. Nós queremos primeiramente entender onde podemos fornecer uma parceria”, afirma o cônsul.

Lavi diz que um dos temas que podem mais render contribuições é gestão de água, pelo fato de Israel ter desenvolvido tecnologias para lidar com a escassez de recursos hídricos.

 Projeto S

Iniciada em 17 de fevereiro, a vacinação em massa em Serrana já atingiu 66% dos voluntários do estudo com as duas doses do imunizante, o que representa um total de 18,5 mil pessoas.

O público-alvo remanescente receberá o reforço da aplicação até domingo (11), e os resultados da pesquisa devem ser divulgados em maio.

Apesar de os números demonstrarem que a pandemia parece perder força em Serrana, o Instituto Butantan sustenta que a eficácia da CoronaVac só deve começar a ser percebida pela população duas semanas após a aplicação da segunda dose.

Denominado Projeto S, o estudo realizado pelo Instituto Butantan tem como principais objetivos analisar:

  • a eficiência da vacinação na redução de casos de Covid-19 e no controle da epidemia;
  • a eficiência na queda na transmissão do vírus de uma pessoa para outra;
  • o impacto na redução da carga de doença, por meio da ocupação de leitos hospitalares, número de consultas médicas, por exemplo;
  • a adesão da população à vacinação, reações adversas e efeitos indiretos na economia e na circulação de pessoas;
  • testar ferramentas de combate a epidemias, como um aplicativos de controle da vacinação, de acompanhamento de reações, de censo geolocalizado em tempo real, entre outros;
  • a interação da vacina com a variante P.1.

Fonte: G1

https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2021/04/07/serrana-e-israel-estudam-parceria-para-produzir-conhecimento-sobre-vacinacao-em-massa-contra-a-covid-19.ghtml

Outras matérias relevantes