Política

CPI da Covid ao vivo: empresário Marcos Tolentino presta depoimento

Tolentino nega ser “sócio oculto” da fiadora da Precisa Medicamentos no contrato da Covaxin

A CPI da Pandemia ouve, nesta terça-feira (14), o empresário e advogado Marcos Tolentino.

O depoente utilizou de sua fala inicial na comissão para afirmar que não é “sócio oculto” da FIB Bank, e que não auxiliou nos trâmites entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde, já que estava internado em decorrência da Covid-19.

O empresário também destacou de antemão que não sediou nenhum jantar em sua casa no qual Francisco Maximiano teria encontrado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, assim como outros membros do alto escalão do governo.

A FIB Bank ofereceu uma carta-fiança de R$ 80,7 milhões em um contrato firmado entre a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a compra da vacina Covaxin.

Questionado sobre quem seria o verdadeiro dono da FIB Bank ou empresas relacionadas, Tolentino preferiu manter o silêncio.

A presença de Tolentino acontece após diversas resistências, por parte do empresário, em comparecer ao Senado.

Na data original para seu depoimento, Tolentino afirmou que havia passado mal antes de embarcar à Brasília e enviou à CPI um ofício do Hospital Sírio-Libanês, que atestou que ele estava internado.

Depois, o depoente tentou apelar para o Supremo Tribunal Federal (STF) para que não fosse obrigado a ir à oitiva, mas o pedido foi negado pela ministra Cármen Lúcia.

Como último recurso, a defesa do empresário voltou à corte para pedir que a possibilidade de condução coercitiva, adquirida pelos senadores junto à Justiça Federal da Brasília, fosse negada.

A apelação foi rejeitada novamente pela ministra na segunda-feira (13).

O empresário, dono da Rede Brasil de Televisão, tem o direito a permanecer em silêncio em questões que possam incriminá-lo. Ele não consta na lista de investigados pela comissão.

Questionado sobre quem seria o verdadeiro dono da FIB Bank, Marcos Tolentino escolheu reservar-se ao direito ao silêncio e afirmou que já havia detalhado sua relação com a empresa em suas declarações iniciais.

“Isso está público e por isso queria utilizar meu direito ao silencio”, declarou.

Em resposta, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que, de acordou com informações obtidas na sessão com o diretor da FIB Bank Ricardo Pereira Júnior, “o FIB Bank não existe, é uma empresa de prateleira cujos sócios são laranjas”.

Nas declarações iniciais, Marcos Tolentino também decidiu explicar suas relações com nomes como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara dos Deputados, e Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos.

Tolentino disse que o conhecia Bolsonaro desde a época de deputado federal e que não possui “amizade ou qualquer tipo de relacionamento”, mas que esteve com ele “em alguns encontros casuais apenas”.

Segundo Tolentino, a relação com Barros é de uma “amizade” que dura há anos. No depoimento de Barros à CPI, Tolentino esteve presente em um dos anexos do Senado – ação pela qual se “desculpou” com os senadores caso tenha parecido “afrontosa”.

“Até hoje mantenho vinculo de respeito e amizade, nada além disso. Não quis afrontar os senadores e peço desculpas se pareceu, em relação ao meu comparecimento à CPI”, disse.

Já em relação à Precisa Medicamentos, o empresário destacou de antemão que não sediou nenhum jantar em sua casa no qual Francisco Maximiano teria encontrado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, assim como outros membros do alto escalão do governo.

“Conheci Maximiano da Precisa Medicamentos no ambiente profissional. Jamais representei a empresa ou realizamos qualquer negócio. Sobre o jantar noticiado que teria sido em minha residência, nunca recebi essas pessoas pra tratar de compra de vacinas ou de consórcio da Covaxin”, disse.

 

FONTE: CNNBRASIL

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/cpi-da-covid-sessao-marcos-tolentino/

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