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Unesco e OMS pedem que todas as escolas promovam saúde

Agências lançaram Padrões Globais para Escolas Promotoras de Saúde, pacote de recursos quer apoiar bem-estar de 1,9 bilhão de crianças e adolescentes; refeições escolares aumentam, em média, as taxas de matrícula em 9% e a frequência em 8%. Unesco e OMS pedem que todas as escolas promovam saúde

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançaram os Padrões Globais para Escolas Promotoras de Saúde. A meta do pacote de recursos é melhorar a saúde e o bem-estar de 1,9 bilhão de crianças e adolescentes em idade escolar.

O fechamento de centros educacionais em todo o mundo durante a pandemia causou graves interrupções na educação. Estima-se que 365 milhões de alunos do ensino fundamental ficaram sem merenda escolar. Aumentos de estresse, ansiedade e outros problemas de saúde mental também foram observados no período.

Objetivo

Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que estes novos padrões “são projetados para criar escolas que estimulem a educação e a saúde, e que equipem os alunos com o conhecimento e as capacidades para sua saúde e bem-estar futuros, empregabilidade e perspectivas de vida.”

Unicef/Panjwani
Menina na Índia estudando em casa devido a fechamento de escolas

Com base em um conjunto de oito padrões globais, o pacote pretende garantir que todas as escolas promovam capacidades para a vida, habilidades cognitivas e socioemocionais e estilos de vida saudáveis ​​para todos os alunos.

Esses padrões globais serão primeiro testados em Botsuana, Egito, Etiópia, Quênia e Paraguai.

Importância

A iniciativa contribui para a meta do 13º Programa Geral de Trabalho da OMS de promover “1 bilhão de vidas mais saudáveis” até 2023 e para a Agenda Global de Educação para 2030, coordenada pela Unesco.

Para a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, “Educação e saúde são direitos humanos básicos interdependentes, no cerne de qualquer direito humano e essenciais para o desenvolvimento social e econômico.”

Segundo ela, “uma escola que não promove a saúde não é mais justificável e aceitável.”

Trabalho

A Unesco e a OMS trabalharão com os governos para permitir que os países adaptem estas medidas a seus contextos específicos.

Para as duas agências, a evidência é clara e mostra que programas abrangentes de saúde escolar e nutrição nas escolas têm impactos significativos entre as crianças em idade escolar.

Intervenções de saúde escolar e nutrição em áreas de baixa renda onde os vermes e a anemia são prevalentes, por exemplo, podem levar a mais dois anos e meio de escolaridade.

As intervenções de prevenção da malária podem resultar em uma redução de 62% no absenteísmo.

Unicef/Raphael Pouget
Alunas regressam à escola na Mauritânia depois de meses com escolas fechadas

Benefícios 

Refeições escolares aumentam, em média, as taxas de matrícula em 9% e a frequência em 8%, podendo reduzir a anemia em meninas adolescentes em até 20%.

A promoção da lavagem das mãos reduz o absenteísmo devido a doenças gastrointestinais e respiratórias em 21% a 61% em países de baixa renda. Exames e óculos gratuitos aumentaram em 5% a probabilidade de os alunos passarem em testes padronizados de leitura e matemática.

Além disso, a educação sexual incentiva a adoção de comportamentos mais saudáveis, promove a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos e melhora os resultados da saúde sexual e reprodutiva, como a redução da infecção por HIV e das taxas de gravidez na adolescência.

Por fim, melhorar os serviços e suprimentos de água e saneamento, Wash na sigla em inglês, bem como o conhecimento sobre higiene menstrual, prepara as meninas para manterem sua higiene e saúde com dignidade e pode limitar o número de dias de escola perdidos durante a menstruação.

 

Fonte: OMS News

https://news.un.org/pt/story/2021/06/1754412

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