Equipe, que já desconfiava que anestesista tinha estuprado pacientes, tentava flagrar o médico no terceiro parto de domingo.
Em novos depoimentos colhidos nesta terça-feira (12) pela Delegacia de Atendimento a Mulher de São João de Meriti, uma integrante da equipe de enfermagem do Hospital da Mulher Heloneida Stuart relatou um “clima de terror” na sala de parto onde o anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi filmado estuprando uma paciente.
Uma profissional relatou que o anestesista já tinha questionado a equipe sobre a mudança de sala para o terceiro parto do dia – já tendo percebido os indícios de abusos, cinco enfermeiras e um enfermeiro decidiram mudar o local para ser mais fácil de registrar a conduta do médico.
Nesse momento, segundo os depoimentos, o médico já tinha feito questionamentos e tentativas de intimidação à equipe. Os novos depoimentos também indicam que o anestesista alegava que as pacientes tinham náuseas e, por isso, aumentava a dose de anestésico. Sobre o fato de usar um capote fechado perto da cabeça das vítimas, ele afirmava que a sala estava fria demais.
Depois do terceiro parto, segundo o depoimento, “as técnicas ficaram desorientadas e criou-se um clima de horror, mas precisavam se controlar, pois haveriam outras pacientes posteriores, que não podiam perceber”.
Ao receber a informação de que mais um anestesista estava no hospital, Giovanni chegou a perguntar se alguém tinha procurado a ouvidoria.
Giovanni era investigado, até esta terça, por seis possíveis estupros – o que foi filmado e outros cinco. Em audiência de custódia na tarde desta terça, ele teve a prisão convertida em preventiva e vai ficar preso no Complexo Penitenciário de Bangu.

Fonte: G1