Temperaturas baixas podem aumentar em 30% os riscos de infarto e AVC. Mas esses riscos não estão relacionados a qualquer friozinho e nem mesmo é um problema para todos os perfis de pessoas.
Assim como o nosso corpo, o coração também sente frio e pode ser afetado pela queda de temperatura. O frio pode aumentar em 30% os riscos de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Mas esses riscos não estão relacionados a qualquer friozinho (ou para qualquer pessoa). Pacientes com doenças crônicas, com predisposição a problemas cardíacos e pessoas com mais de 65 anos formam o grupo de maior risco.
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“Existe um número mágico em torno de 15ºC. Abaixo dos 15ºC surge esse risco. No entanto, o frio sozinho não causa infarto e AVC em ninguém. Ele aumenta o risco em pessoas predispostas [hipertensos, diabéticos, colesterol alto, pessoas que já infartaram ou tiveram AVC]”, alerta Carlos Rassi, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília.
E por que isso acontece? São dois os motivos principais:
- aumento da incidência de infecções respiratórias e
- por causa da diminuição do calibre das veias (vasoconstrição) para manter o corpo aquecido.
A vasoconstrição é um mecanismo normal para aquecer o corpo. Esse espasmo das artérias pode contribuir para o rompimento das placas e provocar o entupimento das veias. Já a infecção inflama o corpo e essa inflamação pode chegar às artérias.
Cuidando do coração no frio
Não importa se está frio ou calor, devemos manter os hábitos saudáveis em todas as estações e temperaturas.
“Não é porque estamos no inverno que vamos deixar de nos exercitar, ou vamos nos alimentar mal. É preciso manter a alimentação mais saudável, a atividade física e os cuidados com a saúde”, diz Rassi.
O cardiologista também reforça que é muito importante não fumar (uma das principais causas do infarto), beber água e controlar o colesterol, o diabetes e a pressão.
“Em temperaturas extremas, evite também o choque térmico. É importante manter a temperatura corporal estável para evitar a reação de vasoconstrição, manter as extremidades do corpo aquecidas“, completa.
Os principais fatores de risco de infarto
Alguns fatores aumentam o risco de uma pessoa ter um infarto. São eles:
- Tabagismo
- Diabetes
- Colesterol
- Hipertensão
- Sobrepeso
- Sedentarismo
- Histórico familiar
- Estresse
“Os dois principais fatores são tabagismo e diabetes. A pessoa precisa parar de fumar e tratar o diabetes. Também precisa controlar o colesterol, cuidar da pressão, manter-se ativo por toda a vida e não só aos finais de semana”, alerta o cardiologista.
Como identificar o infarto
Os principais sintomas de um infarto são:
- Dor no peito
- Dor em outras partes do corpo — pode parecer que a dor está se espalhando do peito para os braços (geralmente o braço esquerdo é afetado, mas pode afetar ambos os braços), mandíbula, pescoço, costas e abdômen
- Tontura e ansiedade
- Falta de ar
- Sudorese
- Enjoo e dor de estômago
A principal recomendação é procurar o hospital mais próximo. Rapidez é fundamental para a sobrevivência do paciente. Na dúvida sobre os sintomas, é melhor ir ao médico.
Fonte: G1