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“Enfermagem pede socorro”: servidores protestam contra agressões no DF

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros do DF, apenas nesta semana, quatro servidores da Secretaria de Saúde sofreram agressões

Servidores públicos da saúde reuniram-se, na manhã desta quinta-feira (23/6), para protestar contra os casos de agressão física registrados nos últimos dias por funcionários da enfermagem do Distrito Federal. Com o lema “A saúde pede socorro”, os manifestantes levaram cartazes para o ato na Unidade Básica de Saúde 9 (UBS) de Ceilândia, no P Sul.

De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros do DF, apenas nesta semana, quatro servidores sofreram violências. Os casos ocorreram em Ceilândia, São Sebastião e Planaltina.

“Agora, só está faltando a gente tomar um tiro, porque todo dia estamos apanhando. Estamos manifestando a nossa revolta desses casos que estão acontecendo por falta de estrutura, profissionais e equipamentos. Não vamos mais aceitar isso”, defende a presidente, Ursula Nepomoceno.

“Eu estava atendendo e, aí, chegou essa paciente, gritando, acho que já chegou em surto. Ela pedia para trocar a receita, mas eu falei que não tinha como trocar essa receita agora, porque não havia psiquiatra. Mas ela falou: ‘Você vai trocar’. Eu estava de cabeça baixa e, quando levantei o rosto, ela já veio com um monte de soco em mim, acho que ela estava com alguma coisa na mão”, relatou (veja o vídeo abaixo).

“Quando falaram que chamaram a polícia, ela fugiu. Não conseguiram segurá-la. Mas ela estava gritando muito dentro da UBS”, continuou.

O caso é investigado pela 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia). A agressora foi identificada, embora tenha fugido do local após o crime de lesão corporal.

Segundo Debora Evelin, outra colega da Secretaria de Saúde também sofreu agressão, na segunda-feira (20/6), por um bombeiro e por motivos parecidos. Ambas se encontraram na unidade policial de Ceilândia. A servidora acabou precisando imobilizar o braço machucado.

Segurança frágil

Para o Conselho Regional de Enfermagem do DF (Coren), a segurança das unidades de saúde é frágil. “Os profissionais estão expostos à violência. É necessário reforçar tanto o sistema de vigilância quanto o de segurança, em nossa opinião”, manifestaram-se, em nota.

“Nós não aguentamos mais essa situação. Já mostramos dezenas de casos de violência, e estamos cobrando providências, mas as autoridades competentes não se movem. Estamos à mercê de agressões, sem proteção adequada. A enfermagem pede socorro”, reclama o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha.

O que diz a Secretaria de Saúde

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde confirmou ter sido notificada sobre o caso e afirmou que a profissional foi atendida na própria unidade e orientada a registrar ocorrência.

“A pasta repudia atos de violência e ressalta que desacato a servidor público no desempenho de suas funções pode configurar crime, previsto no código penal”, reforçou.

A secretaria responsável pela pasta, Lucilene Florêncio, manifestou-se solidária à causa dos servidores da saúde. “Reconhecemos as carências e os déficitis em cada unidade de saúde. E estou fazendo um remanejamento de equipes para que não haja uma deficiência que se reflita na população. Peço, mais uma vez, respeito e empatia pelos trabalhadores.

 

Fonte: Metrópoles

https://www.metropoles.com/distrito-federal/enfermagem-pede-socorro-servidores-protestam-contra-agressoes-no-df 

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