Condições sociais impactam na possibilidade de manter ambientes livres de criadouros de mosquitos, explica especialista.
O Brasil vive outro surto de dengue. Com mais de 700 mil casos só neste ano, a doença já registra um aumento de 151, 4% em comparação a 2021. Um cenário que deve permanecer desanimador, levando em conta as condições sociais e ambientais do país.
É o que explica a pesquisadora da Fiocruz Claudia Codeço, e a infectologista Melissa Duarte, no episódio #708 do podcast O Assunto. Em entrevista a Renata Lo Prete, as especialistas debatem as consequências de saúde pública e o que precisa ser feito para combater a doença.
Nesta segunda (16), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que o combate à dengue não depende só das autoridades sanitárias, mas também de cada cidadão.
Claudia Codeço, que também é coordenadora do Infodengue, explica por que o empobrecimento da população implica na maior transmissão de arboviroses, doenças transmitidas por vetores mosquitos.
“Está relacionado a capacidade que nós temos de manter o nosso ambiente livre de criadouros. Quando temos uma população mais empobrecida, que precisa acumular água e está em um ambiente que vai ter menor manutenção – não só do privado, mas do público também – isso favorece a transmissão das arboviroses.”
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Diante desse cenário, as campanhas de conscientização precisam vir acompanhadas de melhorias em políticas públicas. É o que defende Melissa Duarte.
“O principal fator no qual o poder público pode influenciar é a infraestrutura do país. Então, a questão de saneamento básico, o crescimento desordenado das cidades, o abastecimento de água e a coleta de lixo são fatores primordiais para que o mosquito seja controlado.”
Ouça a entrevista completa no episódio #708 do podcast O Assunto.
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Fonte: G1